terça-feira, 31 de julho de 2012

O valor da Santa Missa



"O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa, porque o martírio é o 
sacrifício do homem a Deus, mas a Santa Missa é o Sacrifício de Deus ao homem." 
(Santo Cura d’Ars)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

As promessas específicas de Nossa Senhora do Carmo.

No dia de Nossa Senhora do Carmo, meditemos um pouco mais sobre suas preciosíssimas promessas e aproveitemo-las.


Primeira: Quem morrer com o Escapulário não padecerá o fogo do inferno.
### Em primeiro lugar, ao fazer a sua promessa, Maria não quer dizer que uma pessoa que morra em pecado mortal se salvará. A morte em pecado mortal e a condenação são uma e a mesma coisa. A promessa de Maria traduz-se, sem dúvida, por estas outras palavras:
“Quem morrer revestido do Escapulário, não morrerá em pecado mortal”.
Para tornar isto claro, a Igreja insere, muitas vezes, a palavra “piamente” na promessa:“aquele que morrer piamente não padecerá do fogo do inferno”.

Segunda: Nossa Senhora livrará do Purgatório quem portar seu Escapulário, no primeiro sábado após sua morte.
### Embora às vezes se interprete este privilégio ao pé da letra, isto é, que a pessoa será livre do Purgatório no primeiro sábado após sua morte, “tudo que a Igreja, tem para explicar estas palavras, tem dito oficialmente em várias ocasiões, é que aqueles que cumprem as condições do Privilégio Sabatino serão, por intercessão de Nossa Senhora, libertos do Purgatório pouco tempo depois da morte, e especialmente no sábado”. De qualquer modo, se formos fiéis em observar as palavras da Virgem Santíssima, Ela será muito mais fiel em observar as suas, como nos mostra o seguinte exemplo:

Em umas missões, tocado pela graça divina, certo jovem deixou a má vida e recebeu o Escapulário. Tempos depois recaiu nos costumes desregrados, e de mau tornou-se pior. Mas, apesar disso, conservou o santo Escapulário.

A Virgem Santíssima do Carmo, sempre Mãe, atingiu-o com grave enfermidade. Acometido pela doença, o jovem viu-se em sonhos diante do justíssimo tribunal de Deus, que devido às suas atitudes ruins e vida má, o condenou à eterna condenação.
Em vão o infeliz alegou ao Supremo Juiz que portava o Escapulário de sua Mãe Santíssima.
   — E onde estão os costumes que correspondem a esse Escapulário? Perguntou-lhe.
Sem saber o que responder, o infeliz olhou então para a Virgem Santíssima.
— Eu não posso desfazer o que Meu Filho já fez. Respondeu-lhe Ela.
— Mas, Senhora! exclamou o jovem, Serei outro.
— Tu me prometes?
— Sim.
— Pois então vive.
Nesse mesmo instante o doente despertou, apavorado com o que viu e ouviu durante o sonho, fez votos de levar adiante mais seriamente o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Logo, sarou e entrou para a Ordem dos Premonstratenses. Depois de vida edificante, Deus chamou sua alma à pátria celeste. Assim narram às crônicas dessa Ordem.

John Mathias Haffert, autor do livro "Maria na sua Promessa do Escapulário", entrevistou a Irmã Carmelita Lúcia, a vidente de Fátima ainda viva e perguntou, por que na última aparição Nossa Senhora segurava o escapulário na mão?

Irmã Lúcia respondeu simplesmente: "É que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário".

Os outros e nós

"Que você diria de um homem que trabalhasse no campo do vizinho e deixasse o seu sem cultura? Mas é isso que você faz. Você se preocupa com os pecados alheios e se esquece de si próprio. Quando vier a morte, que arrependimento por ter consagrado tanto tempo aos outros e tão pouco a si mesmo! Porque é de nós e não dos outros que daremos conta... Pense. É para nossa consciência que deveríamos sempre olhar, como olhamos as nossas mãos para saber se elas estão limpas."
Cura d'Ars

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Oração à Santa Clélia Barbieri

Como hoje é festejado o dia da santa padroeira das catequistas, quero deixar aqui uma oração a ela para que todos a rezemos, implorando por catequistas que consigam tocar os corações das crianças e jovens e levá-los assim a serem bons cristãos e bons cidadãos.


Senhor, Pai Santo, nós Te glorificamos porque na Tua Bondade enriqueceste Santa Clélia com os dons do Espírito Santo e no Céu glorificou-a a fim de que seja para nós modelo de virtude cristã e interceda por nós junto à Tua Misericórdia. Portanto, Te pedimos por sua intercessão, de manter firme a nossa fé, forte a nossa esperança e ardente a nossa caridade. Concede Senhor, conforto na tribulação, defesa nos perigos, repouso na dor, paz e concórdia entre as nações, serenidade na família, segurança no trabalho, força e saúde para cumprir nossos deveres. Acolhe em particular este humilde pedido... que hoje, confiantes na intercessão de Santa Clélia, Te apresentamos com coração filial. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Vítimas da moda

  Salve Nosso Senhor Jesus Cristo!

  Olá amigos, eu sou o Frei Cristóvão Pirolli, capuchinho, e vou lhes contar umas histórias muito interessantes sobre a vida cristã. Todas estas histórias estão no meu livro "Ó homem, salva a tua alma imortal enquanto tens tempo". A história de hoje será:

   Vítimas da  moda  

   Este episódio é contado no jornal La Croix de 1933, junho.
   Ultimamente morria uma jovem vestida, ou seja, desvestida à moderna, tinha apanhado frio numa corrida de cavalos.
   Estando de cama para morrer disse ao padre confessor:
   — Meu padre, estou contente em vos ver... necessito de perdão. Sou uma da moda e tenho remorsos.
   — Pobre filha, ânimo!
   — Sim, tenho remorsos por ter escandalizado. Tinha sido bem educada... Filha de Maria... perdão... é horrível!
   E grossas lágrimas corriam-lhe pela face.
   — Sou culpável, muito culpável. No começo fui ingênua em me vestir assim. Depois não. Sabia que fazia mal. Excitava olhares perigosos, curiosidades culpáveis. Quero expiar.
   — Expiais com as vossas dores! Aceitai-as e também, a morte, se Deus decidiu assim.
   — Fiz o meu sacrifício, mas não basta. Pequei publicamente. Rogo-vos, ó padre, de dizer às minhas companheiras e a todas as senhoritas, que Germana Duverseau morre vítima das modas indecentes, e suplico-o, no momento em que estou para comparecer diante de Deus, que não se tornem nunca objeto de escândalo, com seus vestidos indecentes...
    No dia seguinte a pobre moça era sepultada, acompanhada por uma grande multidão que se passava o testamento de boca em boca, aquele impressionante testamento.
   Tinha desejado ser envolta no véu da primeira comunhão e ornada com a fita de filha de Maria, para protestar contra os loucos enfeites humanos. Pouco antes de morrer dizia à sua mãe:
   — Digne-se o bom Deus esquecer os meus vestidos passados, vendo estes, com os quais desejo entrar no Paraíso.
   Senhoras e moças, pensai que um dia, também, deveis vós, apresentar-vos a Deus e como quereis ser vestidas?
   Uma vez perguntei a uma moça de minissaia: Se quando morresse gostaria que pusesse a senhora assim na sala mortuária?
   Ó! Não!
   Tendes pudor em vida, para não se envergonharem diante de Deus no Juízo particular.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Santa Maria Goretti



Hoje, 06 de julho, é comemorado o dia de Santa Maria Goretti, padroeira das virgens. Mas mesmo aqueles que foram chamados ao estado conjugal podem imitar muitas de suas virtudes. Desfrutem e aproveitem.

   
   Maria nasceu em 16 de outubro de 1890, em Corinaldo, província de Ancona, Itália. Filha de Luigi Goretti e Assunta Carlini, terceira de sete filhos de uma família pobre de bens terrenos mas rica em fé e virtudes, cultivadas por meio da oração em comum, terço todos os dias e aos domingos sta. Missa e Sagrada Comunhão. No dia seguinte a seu nascimento, foi batizada e consagrada à Virgem. Aos seis anos recebeu o Sacramento da Confirmação.
Depois do nascimento de seu quarto filho, Luigi Goretti, pela dura crise econômica que enfrentava, decidiu emigrar com sua família às grandes planícies dos campos romanos, ainda insalubres naquela época.
Instalou-se em Ferriere di Conca, colocando-se a serviço do conde Mazzoleni, neste lugar Maria mostra claramente uma inteligência e uma maturidade precoce, onde não existia nenhum pingo de capricho, nem de desobediência, nem de mentira. É realmente o anjo da família.
Após um ano de trabalho esgotante, Luigi contraiu uma doença fulminante, a malária, que o levou à morte depois de padecer por dez dias. Como conseqüência da morte de Luigi, Assunta teve que trabalhar deixando a casa a cargo dos irmãos mais velhos. Maria freqüentemente chorava a morte de seu pai, e aproveita qualquer ocasião para ajoelhar-se diante de sua tumba, para elevar a Deus suas preces para que seu pai gozasse da Glória divina.
Junto com a tarefa de cuidar de seus irmãos menores, Maria seguia rezando e assistindo a seu curso de catecismo. Posteriormente, sua mãe contará que o terço lhe era necessário e, de fato, o levava sempre enrolado em volta do pulso. Assim como a contemplação do crucifixo, que foi para Maria uma fonte onde se nutria de um intenso amor de Deus e de um profundo horror pelo pecado.

Amor intenso ao Senhor


Maria desde muito pequena ansiava receber a Sagrada Eucaristia. Segundo era costume na época, deveria esperar até os onze anos, mas um dia perguntou a sua mãe: -Mamãe, quando tomarei a Comunhão?. Quero Jesus. – Como vai tomá-la, se não sabes o catecismo? Além disso, não sabes ler, não temos dinheiro para comprar o vestido, os sapatos e o véu, e não temos nem um momento livre. – Pois assim nunca tomarei a Comunhão, mamãe! E eu não posso estar sem Jesus! – E, o que queres que eu faça? Não posso deixar que comungues como uma pequena ignorante.
Diante destas condições, Maria começou a se preparar com ajuda de uma pessoa do lugar, e todo o povo a ajuda dando-lhe a roupa da Comunhão. Desta maneira, recebeu a Eucaristia em 29 de maio de 1902.
A Comunhão constante acrescenta nela o amor pela pureza e a anima a tomar a resolução de conservar essa angélica virtude a todo custo. Um dia, após ter escutado um intercâmbio de frases desonestas entre um rapaz e uma de suas companheiras, diz com indignação à sua mãe – Mamãe, que mal havia essa menina! -Procura não tomar parte nunca nestas conversações – Não quero nem pensar, mamãe; antes que fazê-lo, preferiria...E a palavra morrer fica entre seus lábios. Um mês depois, ocorre o que ela sentenciou.

Pureza eterna

Ao entrar a serviço do conde Mazzoleni, Luigi Goretti havia se associado com Giovanni Serenelli e seu filho Alessandro. As duas famílias vivem em quartos separados, mas a cozinha é comum. Luigi se arrependeu em seguida daquela união com Giovanni Serenelli, pessoa muito diferente dos seus, bebedor e carente de discrição em suas palavras.
Depois da morte de Luigi, Assunta e seus filhos haviam caído sob o jugo despótico dos Serenelli, Maria, que compreendeu a situação, esforça-se para apoiar sua mãe:
-Ânimo, mamãe, não tenhas medo, que já estamos crescendo. Basta com que o Senhor nos conceda saúde. A Providência nos ajudará. Lutaremos e seguiremos lutando!
Desde a morte de seu marido, Assunta sempre esteve no campo e nem sequer tem tempo de ocupar-se da casa, nem da instrução religiosa dos mais pequenos. 

Maria se encarrega de tudo, na medida do possível. Durante as refeições, não se senta à mesa até que todos estejam servidos, e para ela serve as sobras. Sua obsequiosidade se estende igualmente aos Serenelli. Por sua vez, Giovanni, cuja esposa havia falecido no hospital psiquiátrico de Ancona, não se preocupa em nada com seu filho Alessandro, jovem robusto de dezenove anos, grosseiro e vicioso, que gostava de cobrir seu quarto com imagens obscenas e ler livros indecentes. Em seu leito de morte, Luigi Goretti havia pressentido o perigo que a companhia dos Serenelli representava para seus filhos, e havia repetido sem cessar à sua esposa: – Assunta, volte para Corinaldo! Infelizmente Assunta está endividada e comprometida por um contrato de arrendamento.

   Depois de ter maior contato com a família Goretti, Alessandro começou a fazer proposições desonestas à inocente Maria, que em um princípio não compreende. 

Mais tarde, ao adivinhar as intenções perversas do rapaz, a jovem está sobre aviso e rejeita a adulação e as ameaças. Suplica à sua mãe que não a deixe sozinha na casa, mas não se atreve a explicar-lhe claramente as causas de seu pânico, pois Alessandro a havia ameaçado – Se contar algo a tua mãe, te mato. Seu único recurso é a oração. Na véspera de sua morte, Maria pede novamente chorando à sua mãe que não a deixe sozinha, mas, ao não receber mais explicações, esta o considera um capricho e não dá nenhuma importância àquela reiterada súplica.

No dia 5 de julho, a uns quarenta metros da casa, estão debulhando as favas na terra. Alessandro leva um carro puxado por bois. O faz girar uma e outra vez sobre as favas estendidas no chão. Às três da tarde, no momento em que Maria se encontra sozinha em casa, Alessandro diz:
" – Assunta, quer fazer o favor de levar um momento os bois para mim?" Sem suspeitar nada, a mulher o faz, Maria, sentada na soleira da cozinha, remenda uma camisa que Alessandro lhe entregou depois de comer, enquanto vigia sua irmãzinha Teresinha, que dorme a seu lado.
– "Maria!, grita Alessandro. – Que queres? – Quero que me sigas. – Para quê? – Segue-me!
– Se não me dizes o que queres, não te sigo".




Maria estava no topo da escada quando Alessandro a insita a entrar na casa.


Perante a resistência, o rapaz a agarra violentamente pelo braço e a arrasta até a cozinha, trancando a porta. A menina grita, o ruído não chega ao lado de fora. Ao não conseguir que a vítima se submeta, Alessandro a amordaça e esgrime um punhal. Maria põe-se a tremer, mas não sucumbe. Furioso, o jovem tenta com violência arrancar-lhe a roupa, mas Maria se desata da mordaça e grita:
– Não faças isso, que é pecado... Irás para o inferno.
Pouco cuidadoso com o juízo de Deus, o desgraçado levanta a arma:
– Se não deixar, te mato.
Frente àquela resistência, a atravessa com facadas. A menina se põe a gritar:
– Meu Deus! Mamãe!, e cai no chão.
Pensando que estava morta, o assassino atira a faca e abre a porta para fugir, mas ao escutá-la gemer de novo, volta sobre seus passos, pega a arma e a atravessa outra vez de parte a parte; depois, sobe e se tranca em seu quarto.



Local do martírio


Maria recebeu catorze feridas graves e ficou inconsciente. Ao recobrar a consciência, chama o senhor Serenelli: – Giovanni! Alessandro me matou... Venha. Quase ao mesmo tempo, despertada pelo ruído, Teresinha lança um grito estridente, que sua mãe escuta. Assustada, diz a seu filho Mariano: – Corre a buscar a Maria; diga-lhe que Teresinha a chama.
Naquele momento, Giovanni Serenelli sobe as escadas e, ao ver o horrível espetáculo que se apresenta diante de seus olhos, exclama: – Assunta, e tu também, Mário, vem!. Mario Cimarelli, um trabalhador da granja, sobe as escadas à toda pressa. A mãe chega também: – Mamãe!, geme Maria. – É Alessandro, que queria me fazer mal! Chamam o médico e os guardas, que chegam a tempo para impedir que os vizinhos, muito exaltados, matassem Alessandro no ato.


Sofrimento redentor


Ao chegar ao hospital, os médicos se surpreenderam de que a menina ainda não havia sucumbido a seus ferimentos, pois alcançou o pericárdio, o coração, o pulmão esquerdo, o diafragma e o intestino. Ao diagnosticar que não tem cura, chamaram o capelão. Maria se confessa com toda clareza. Em seguida, durante duas horas, os médicos cuidam dela sem adormecê-la.
Maria não se lamenta, e não deixa de rezar e de oferecer seus sofrimentos à Santíssima Virgem, Mãe das Dores. Sua mãe conseguiu que lhe permitam permanecer à cabeceira da cama. Maria ainda tem forças para consolá-la : – Mamãe, querida mamãe, agora estou bem... Como estão meus irmãos e irmãs?
Em um momento, Maria diz à sua mãe: – Mamãe, dê-me uma gota de água. – Minha pobre Maria, o médico não quer, porque seria pior para ti. Estranhada, Maria continua dizendo:
– Como é possível que não possa beber nem uma gota de água? Em seguida, dirige o olhar sobre Jesus Crucificado, que também havia dito: – Tenho sede!, e entendeu.
O sacerdote também está a seu lado, assistindo-a paternalmente. No momento de lhe dar a Sagrada Comunhão, perguntou-lhe: – Maria, perdoa de todo coração teu assassino? Ela respondeu: – Sim, perdoo pelo amor de Jesus, e quero que ele também venha comigo ao Paraíso. Quero que esteja a meu lado... Que Deus o perdoe, porque eu já o perdoei.
Passando por momentos análogos pelos quais passou o Senhor Jesus na Cruz, Maria recebeu a Eucaristia e a Extrema unção, serena, tranquila, humilde no heroísmo de sua vitória.
Depois de breves momentos, escutam-na dizer: "Papai". Finalmente, Maria entra na glória da Comunhão com Deus amor. É o dia 6 de julho de 1902, às três horas da tarde.



Relíquia que contém o punhal que lhe tirou a vida.

A conversão de Alessandro


No julgamento, Alessandro, aconselhado por seu advogado, confessou: – "Gostava dela. A provoquei duas vezes ao mal, mas não pude conseguir nada. Despeitado, preparei o punhal que devia utilizar". Por isso, foi condenado a 30 anos de trabalhos forçados. Aparentava não sentir nenhum arrependimento do crime tanto assim que às vezes o escutavam gritar:
" – Aníma-te, Serenelli, dentro de vinte e nove anos e seis meses serás um burguês!" Entretanto, alguns anos mais tarde, Dom Blandini, bispo da diocese onde está a prisão, decide visitar o assassino para encaminhá-lo ao arrependimento. " – Está perdendo o tempo, monsenhor - afirma o carcereiro - , ele é um duro!"
Alessandro recebeu o bispo resmungando, mas perante a lembrança de Maria, de seu heróico perdão, da Bondade e da Misericórdia infinita de Deus, deixa-se alcançar pela Graça. Depois do Prelado sair, chora na solidão da cela, perante a estupefação do carcereiro.
Depois de ter um sonho onde Maria lhe apareceu, vestida de branco nos jardins do Paraíso, Alessandro, muito questionado, escreveu a Dom Blandini: " – Lamento pelo crime que cometi porque sou consciente de ter tirado a vida de uma pobre menina inocente que, até o último momento, quis salvar sua honra, sacrificando-se antes de ceder à minha criminal vontade. Peço perdão a Deus publicamente, e à pobre família, pelo enorme crime que cometi. Confio obter também eu o perdão, como tantos outros na terra". Seu sincero arrependimento e sua boa conduta na prisão lhe devolvem a liberdade quatro anos antes da expiração da pena. Depois, ocupa o posto de hortelão em um convento de capuchinhos, mostrando uma conduta exemplar, e é admitido na Ordem Terceira de São Francisco.
Graças à sua boa disposição, Alessandro foi chamado como testemunha no processo de beatificação de Maria. Foi algo muito delicado e penoso para ele, mas confessou: " – Devo reparação, e devo fazer tudo o que esteja a meu alcance para sua glorificação. Toda a culpa é minha. Deixei-me levar pela brutal paixão. Ela é uma santa, uma verdadeira mártir. É uma das primeiras no Paraíso, depois do que teve que sofrer por minha causa".
No Natal de 1937, Alessandro dirigiu-se a Corinaldo, lugar onde Assunta Goretti havia se retirado com seus filhos. E vai simplesmente para fazer reparação e pedir perdão à mãe de sua vítima. Ao chegar diante dela, pergunta-lhe chorando. " – Assunta, podes me perdoar? – Se Maria te perdoou -balbucia-, como eu não vou te perdoar?" No mesmo dia de Natal, os habitantes de Corinaldo ficam surpresos e emocionados ao verem aproximar-se à mesa da Eucaristia, um ao lado do outro, Alessandro e Assunta.



Assunta e Alessandro à época da beatificação de Maria.